quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Da cegueira

Para um cego, as rosas nunca serão rosas.

Serão de todas as cores incolores
de mil sabores que escorrem das flores,
numa eterna infância dos primeiros contatos
do abusivo tato ao contrato-olfato.

As flores têm melodia, que tocam ao meio-dia,
ao som da despedida da menina (que ia, mas não queria)
- Sorria, garota! E, da vida, sinta a ventania!

Sejamos cegos!
O cego não vê a pele
O cego vê as entranhas
O cego vê com os olhos da alma
tudo será nada
nada será tudo

As rosas nunca mais serão rosas
elas serão por si mesmas.

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